Escrit@s em Relevo
Tipo: Livro
Capitulo I
Um Amor Vivo no Meio da Vida...
A rua do sol é um dos lugares mais lindos de São Luís, um raio de luz no meio da vida desta cidade, um toque de Deus no cerne de casarões antigos... Uma rua que apesar de ter um nome tão forte e sugestivo, não tinha na verdade tanta iluminação natural...
Ela não era tão agraciada assim com a iluminação do sol como se presume, pois, os altos casarões colônias do século XVII e XVIII, impediam que os raios solares juntamente com o seu brilho, fizesse em sua recitação, as devidas iluminações a majestade de sua beleza.... É bem verdade que a rua do sol tinha muita mais sombras e pontos mal iluminados do que luz natural... A extensão de suas curvas exigiam mais iluminação artificial....
Aquela rua tinha uma conotação importante para o meu coração machucado, as suas ruas de pedras em paralelepípedo tinham um significado nostálgico... E todos aqueles postes de iluminação tinha um por que magico para cada sentimento adormecido em minha mente....
Quando a conheci, lembro que aquela tarde esmaecida e nublada de nuvens de chuvas, cedia um lugar para novos sentimentos.... Aquele imenso brilho ensolarado de primavera.... Tinham um proposito diferente e majestoso para a minha existência.... Eu sentir que a vida me dava um presente.... A visão de seu rosto e de seu sorriso planificou a minha vida apática e repetida.... Aquelas tranças encaracoladas mudaram a minha existência... E como uma cura mágica... O seu perfume mudou para sempre a forma de como eu enxergava o meu mundo.... E ele nunca mais ficou fechado.... Nunca mais ficou descolorido.... Eu nunca mais fiquei triste em minha vida, depois que você brilhou em minha vida.... Aquela menina.... Aquela mulher.... Aquele anjo.... Tornou-se o meu sol em meu universo escuro...
A praça das mercês era uma morada para os seus passeios matinais... O seu perfume doce impregnava todo o ambiente... E até os beija-flores vinham de longe para cheira-la e toca-la.... As suas vestes pareciam flores em meio ao jardim do paço... E as outras donzelas se sentiam ameaçadas com tanta beleza natural... O passeio público pela manhã tinha uma rainha... E mesmo com tantas mulheres bonitas residentes em nossa pequena ilha do amor.... Ela era a única que me chamava a atenção.... Aliás não somente a minha atenção... Todos os homens, todas as mulheres e até os infantes guris ficavam encantados com a sua beleza...
Era impossível não a percebes na praça.... Ela era como um sol... Ela era como um forte brilho do raio de sol.... E como não perceber o sol pela manhã.... Isto era no mínimo improvável.... Até os jardins tinham inveja de seu cheiro e de sua beleza....
Os Jovens rapazes do largo do Carmo sempre se reunião em pequenas rodas formadas de quatro a cinco indivíduos por grupo... E o assunto era sucessivamente o mesmo em todas as manhas.... Todos interpelavam discursos parecidos, alguns discursavam sobre o quanto aquela linda menina era bela... E todos suspiram de desejos por ela... Um anjo... Dizia um dos rapazes... Uma deusa exclamou um outro... Um demônio... Relutou um terceiro... Ela está nos deixando como loucos rapazes... Questionou um outro ainda mais convicto da beleza da moça... Um outro rapaz ainda mais atrevido... Perguntava-se:
– O que faz um anjo
– Tão lindo como ela...
– Escolher como morada...
– Uma cidade tão simples...
– Um lugar tão apático...
– Como São Luís do Maranhão...
– Aqui é um fim de mundo...
– Não temos nada de interessante...
– Não temos nada a oferecer....
– Somos apenas uma ex-colônia portuguesa...
– Uma região pobre...
– Uma província subdesenvolvida...
– E sem qualquer valor social, político ou econômico....
– O que fez os seus pais escolherem esta ilha como residência....
– Muito estranho esta escolha...
Eu achava engraçado todas aquelas perguntas.... Aqueles rapazes se questionavam de tudo... Menos da origem da beleza dessa linda mulher.... Ela aparentava ter seus 15 ou 17 anos... Mas a sua idade estava hoje entre 28 ou 32 anos... Uma dana que não envelheceu apesar do tempo... E ainda tão jovem... Ela conseguia despertava os amores e as paixões mais quentes, nos corações mais inocentes, daquela linda cidade.
É incrível como o tempo passar rápido... É incrível como o tempo passar no piscar de olhos.... Quando a conheci... Eu tinha os meus 21 anos de idade... Ela deveria ter uns 12 anos... E já nesta idade... Ela era uma menina, ou uma mulher de corpo bem formado... Ela naquela época já era muito linda e muito elegante... Tinha os cabelos encaracolados, seios fartos, pernas grossas, lábios bem desenhados e olhos de anjos... Uma pequena divindade... Um pequeno demônio, nascida entre os mortais...
Aqueles rapazes na praça não sabiam do que eu vivi com aquela linda dama a exatos 20 e poucos anos atrás.... Enquanto eles a desejavam.... Eu já havia amado aqueles lábios.... Eu já havia amado aquele corpo.... Hoje certamente.... Ela deve ser uma mulher casada.... Deve ter alguns filhos.... E com toda certeza.... Ela deve ter alguma profissão incrível... E pelo estado de sua pele... E pelo brilho de seus olhos de infante.... Deve ter vivido muito bem, estes últimos 20 anos....
Fazia muito tempo que não há via na ilha de São Luís... O último passeio público que a vir desfilar por estas ruas de pedras.... Deviam ter mesmo uns exatos 20 anos.... Eu viajei muito a trabalho, estive muito tempo fora da cidade... E era natural.... Não vê-la... Estranhamente... Ela ainda mexia muito comigo... Muitas lembranças boas de nosso passado, ainda me trazia muitas nostalgias... Talvez aquilo fosse saudade, talvez apego ao passado... Ou talvez infelizmente amor... Digo infelizmente... Por que sei que não posso tê-la.... Eu também, não sabia ao certo o que sentia.... Tudo estava muito misturado aqui dentro do meu coração.... Tudo estava muito incerto no meu chão vazio....
Mas fiquei feliz por saber que ela ainda estava bela, linda, sorridente e muito feliz.... Ela ainda gostava de usar vestidos de crochê.... Ela também cultivava o habito de usar aqueles longos brincos de argola.... E também guardou consigo o jeito de trançar as madeixas caracoladas...
Aquilo poderia ser um amor vivo no meio da vida.... Um amor não curado no meio de minha vida.... Um sentimento que não foi apagado apesar do tempo.... Um beijo que ainda tem o gosto de sua boca.... Um cheiro que ainda invade os meus pensamentos...
Foi estranho ver a Ana Carla daquele jeito.... Ela continuava igual.... Não mudou nada... O tempo havia congelado... O tempo havia parado... E as suas feições físicas continuavam iguais.... Ela simplesmente continuava a ser uma menina.... Uma linda menina... uma doce menina... Mas agora usando um corpo de uma bela mulher...
Eu desejei falar com ela.... O meu coração implorou por um abraço, um beijo, um cheiro ou uma palavra.... Eu a desejei como se fosse um menino.... Um jovem de 21 anos.... Eu me vir no passado.... Eu havia voltado no tempo.... Atrevi-me impulsionado por aquele sentimento a levantar alguns passos para iniciar uma conversa, caminhei os dois segundos mais longos de minha vida... O meu coração parecia explodir... Fiquei alvo... Fiquei pálido... Amedrontado... A vida queria me deixar... E isto somente por que a vir no passeio público... Ela ainda estava viva em mim...
Mas antes que concluísse o meu ensejo, fui surpreendido com a correria de duas crianças que chamavam pela mãe... Minutos depois as duas miniaturas de gente.... As abraçou como muita força e amor.... Aquela era a cena mais linda que vir em toda minha vida.... Um amor forte entre mãe e filhos.... Ela largou o guarda-sol no chão.... Abaixou-se na altura dos olhos dos infantes e os beijou fortemente por alguns minutos...
Aquela cena foi um bom motivo para entender que o amor que vivi no passado com ela... Era apenas algo muito bom que vivi no passado.... Foram os dois anos mais lindos e mágicos que já havia acontecido comigo... Mas agora era passado, apenas isso e nada mais... E infelizmente, era no passado que esse sentimento deveria ficar....
Os jovens rapazes por outro lado.... Pareciam decepcionados com aquela cena linda e familiar... Afinal... As feições daquela menina... Os traços daquela moçoila, não concatenava com aquela cena... A princesa tinha príncipes... Ela tinham as obrigações de uma mulher feita para a sua idade... Apesar da aparecia de uma menina... Todos os rapazes, incluindo a mim, apesar de a desejarem tanto em segrego, não podiam competir com aquela cena... Aquilo era impossível de ser interrompido... Os seus filhos implicavam que a dana tinha um dono... Esta interjeição imprimia uma certa certidão de casamento... Um compromisso... Um laço eterno que nem os rapazes... Muito menos eu poderia desfazer... E um possível relacionamento com ela... Ou um imaginável caso amoroso... Seria improvável... Talvez impossível....
...Em Processo de Construção Poética...
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