Escrit@s em Relevo


Fonte: Movimento Lascivinista / Texto: Abrantes F. Roosevelt


Escrit@s Abert@s


A contextualização romântica de Escritos Abertos é um gênero textual público que tem como função poética o posicionamento livre e direto sobre a temática do amor como plano de fundo para critica a sociedade. Os escritos abertos são muito semelhante aos folhetins ou novelas publicadas na França diariamente em jornais de grande circulação no século XIX com a função de entretenimento para encanta o público usando a temática das paixões e romances proibidos.

Uma espécie de carta comum de amor, um bilhete simples de paixão ou um escrito frágil de comunicação do coração. Um artificio poético que possui remetente e destinatário, uma data, uma local e uma assinatura do ser amante, uma mensagem direta, coesa e direcionada, estando o seu conteúdo, objetivamente alinhado a intensão do autor ao seu leitor. E que neste caso, os escritos abertos, digitados aqui como prosas de amor devem em sua denotação, um atributo, muito mais poético e romântico, tendo todos os seus escritos, prosas e poemas, direcionados aos amados e aos amantes dos escritores do Movimento Lascivinista.

Os escritores Roosevelt F. Abrantes, Ana Carla Furtado, Diegho Courtenbitter, João Justina Liberto e Ubirani Yaraima Aruana, liderados pelo poeta Rusgat Niccus fazem deste Romance Coletivo, escrito a seis mãos, uma espécie de mural de recados, um grande bilhete de amor, um gigante diário de sentimentos, um formidável livro de notas, um enorme cordel de paixões, ou uma verdadeira declaração de amor Escrita em Livros Abertos aos seus amores e amados que forem perdidos, esquecidos e até impedidos de serem amados. trata-se de um resgate cotidiano, um retorno ao passado, formulado através de capítulos e retratada por meio de palavras e paginas que reverencia ao amor verdadeiro e inocente.


Sinopse

Tipo: Livro
Titulo: Ana Carla: As Ultimas Paginas de meu Romance
Temática: Romance
Autor: Rusgat Niccus
Ano: 2021
Obs: Este livro esta em construção



Ana Carla
As Ultimas Paginas de meu Romance


Capitulo I

 

Um Amor Vivo no Meio da Vida...

A rua do sol é um dos lugares mais lindos de São Luís, um raio de luz no meio da vida desta cidade, um toque de Deus no cerne de casarões antigos... Uma rua que apesar de ter um nome tão forte e sugestivo, não tinha na verdade tanta iluminação natural...

Ela não era tão agraciada assim com a iluminação do sol como se presume, pois, os altos casarões colônias do século XVII e XVIII, impediam que os raios solares juntamente com o seu brilho, fizesse em sua recitação, as devidas iluminações a majestade de sua beleza.... É bem verdade que a rua do sol tinha muita mais sombras e pontos mal iluminados do que luz natural... A extensão de suas curvas exigiam mais iluminação artificial....

Aquela rua tinha uma conotação importante para o meu coração machucado, as suas ruas de pedras em paralelepípedo tinham um significado nostálgico... E todos aqueles postes de iluminação tinha um por que magico para cada sentimento adormecido em minha mente....

Quando a conheci, lembro que aquela tarde esmaecida e nublada de nuvens de chuvas, cedia um lugar para novos sentimentos.... Aquele imenso brilho ensolarado de primavera.... Tinham um proposito diferente e majestoso para a minha existência.... Eu sentir que a vida me dava um presente.... A visão de seu rosto e de seu sorriso planificou a minha vida apática e repetida.... Aquelas tranças encaracoladas mudaram a minha existência... E como uma cura mágica... O seu perfume mudou para sempre a forma de como eu enxergava o meu mundo.... E ele nunca mais ficou fechado.... Nunca mais ficou descolorido.... Eu nunca mais fiquei triste em minha vida, depois que você brilhou em minha vida.... Aquela menina.... Aquela mulher.... Aquele anjo.... Tornou-se o meu sol em meu universo escuro...

A praça das mercês era uma morada para os seus passeios matinais... O seu perfume doce impregnava todo o ambiente... E até os beija-flores vinham de longe para cheira-la e toca-la.... As suas vestes pareciam flores em meio ao jardim do paço... E as outras donzelas se sentiam ameaçadas com tanta beleza natural... O passeio público pela manhã tinha uma rainha... E mesmo com tantas mulheres bonitas residentes em nossa pequena ilha do amor.... Ela era a única que me chamava a atenção.... Aliás não somente a minha atenção... Todos os homens, todas as mulheres e até os infantes guris ficavam encantados com a sua beleza...  

Era impossível não a percebes na praça.... Ela era como um sol... Ela era como um forte brilho do raio de sol.... E como não perceber o sol pela manhã.... Isto era no mínimo improvável.... Até os jardins tinham inveja de seu cheiro e de sua beleza....

Os Jovens rapazes do largo do Carmo sempre se reunião em pequenas rodas formadas de quatro a cinco indivíduos por grupo... E o assunto era sucessivamente o mesmo em todas as manhas.... Todos interpelavam discursos parecidos, alguns discursavam sobre o quanto aquela linda menina era bela... E todos suspiram de desejos por ela... Um anjo... Dizia um dos rapazes... Uma deusa exclamou um outro... Um demônio... Relutou um terceiro... Ela está nos deixando como loucos rapazes... Questionou um outro ainda mais convicto da beleza da moça... Um outro rapaz ainda mais atrevido... Perguntava-se:

– O que faz um anjo

– Tão lindo como ela...

– Escolher como morada...

– Uma cidade tão simples...

– Um lugar tão apático...

– Como São Luís do Maranhão...

– Aqui é um fim de mundo...

– Não temos nada de interessante...

– Não temos nada a oferecer....

– Somos apenas uma ex-colônia portuguesa...

– Uma região pobre...

– Uma província subdesenvolvida...

– E sem qualquer valor social, político ou econômico....

– O que fez os seus pais escolherem esta ilha como residência....

– Muito estranho esta escolha...

 

Eu achava engraçado todas aquelas perguntas.... Aqueles rapazes se questionavam de tudo... Menos da origem da beleza dessa linda mulher.... Ela aparentava ter seus 15 ou 17 anos... Mas a sua idade estava hoje entre 28 ou 32 anos... Uma dana que não envelheceu apesar do tempo... E ainda tão jovem... Ela conseguia despertava os amores e as paixões mais quentes, nos corações mais inocentes, daquela linda cidade.

É incrível como o tempo passar rápido... É incrível como o tempo passar no piscar de olhos.... Quando a conheci... Eu tinha os meus 21 anos de idade... Ela deveria ter uns 12 anos... E já nesta idade... Ela era uma menina, ou uma mulher de corpo bem formado... Ela naquela época já era muito linda e muito elegante... Tinha os cabelos encaracolados, seios fartos, pernas grossas, lábios bem desenhados e olhos de anjos... Uma pequena divindade... Um pequeno demônio, nascida entre os mortais...

Aqueles rapazes na praça não sabiam do que eu vivi com aquela linda dama a exatos 20 e poucos anos atrás.... Enquanto eles a desejavam.... Eu já havia amado aqueles lábios.... Eu já havia amado aquele corpo.... Hoje certamente.... Ela deve ser uma mulher casada.... Deve ter alguns filhos.... E com toda certeza.... Ela deve ter alguma profissão incrível... E pelo estado de sua pele... E pelo brilho de seus olhos de infante.... Deve ter vivido muito bem, estes últimos 20 anos....

Fazia muito tempo que não há via na ilha de São Luís... O último passeio público que a vir desfilar por estas ruas de pedras.... Deviam ter mesmo uns exatos 20 anos.... Eu viajei muito a trabalho, estive muito tempo fora da cidade... E era natural.... Não vê-la... Estranhamente... Ela ainda mexia muito comigo... Muitas lembranças boas de nosso passado, ainda me trazia muitas nostalgias... Talvez aquilo fosse saudade, talvez apego ao passado... Ou talvez infelizmente amor... Digo infelizmente... Por que sei que não posso tê-la.... Eu também, não sabia ao certo o que sentia.... Tudo estava muito misturado aqui dentro do meu coração.... Tudo estava muito incerto no meu chão vazio....

Mas fiquei feliz por saber que ela ainda estava bela, linda, sorridente e muito feliz.... Ela ainda gostava de usar vestidos de crochê.... Ela também cultivava o habito de usar aqueles longos brincos de argola.... E também guardou consigo o jeito de trançar as madeixas caracoladas...

Aquilo poderia ser um amor vivo no meio da vida.... Um amor não curado no meio de minha vida.... Um sentimento que não foi apagado apesar do tempo.... Um beijo que ainda tem o gosto de sua boca.... Um cheiro que ainda invade os meus pensamentos...

Foi estranho ver a Ana Carla daquele jeito.... Ela continuava igual.... Não mudou nada... O tempo havia congelado... O tempo havia parado... E as suas feições físicas continuavam iguais.... Ela simplesmente continuava a ser uma menina.... Uma linda menina... uma doce menina... Mas agora usando um corpo de uma bela mulher...

Eu desejei falar com ela.... O meu coração implorou por um abraço, um beijo, um cheiro ou uma palavra.... Eu a desejei como se fosse um menino.... Um jovem de 21 anos.... Eu me vir no passado.... Eu havia voltado no tempo.... Atrevi-me impulsionado por aquele sentimento a levantar alguns passos para iniciar uma conversa, caminhei os dois segundos mais longos de minha vida... O meu coração parecia explodir... Fiquei alvo... Fiquei pálido... Amedrontado... A vida queria me deixar... E isto somente por que a vir no passeio público... Ela ainda estava viva em mim...

Mas antes que concluísse o meu ensejo, fui surpreendido com a correria de duas crianças que chamavam pela mãe... Minutos depois as duas miniaturas de gente.... As abraçou como muita força e amor.... Aquela era a cena mais linda que vir em toda minha vida.... Um amor forte entre mãe e filhos.... Ela largou o guarda-sol no chão.... Abaixou-se na altura dos olhos dos infantes e os beijou fortemente por alguns minutos...

Aquela cena foi um bom motivo para entender que o amor que vivi no passado com ela... Era apenas algo muito bom que vivi no passado.... Foram os dois anos mais lindos e mágicos que já havia acontecido comigo... Mas agora era passado, apenas isso e nada mais... E infelizmente, era no passado que esse sentimento deveria ficar....

Os jovens rapazes por outro lado.... Pareciam decepcionados com aquela cena linda e familiar... Afinal... As feições daquela menina... Os traços daquela moçoila, não concatenava com aquela cena... A princesa tinha príncipes... Ela tinham as obrigações de uma mulher feita para a sua idade... Apesar da aparecia de uma menina... Todos os rapazes, incluindo a mim, apesar de a desejarem tanto em segrego, não podiam competir com aquela cena... Aquilo era impossível de ser interrompido... Os seus filhos implicavam que a dana tinha um dono... Esta interjeição imprimia uma certa certidão de casamento... Um compromisso... Um laço eterno que nem os rapazes... Muito menos eu poderia desfazer... E um possível relacionamento com ela... Ou um imaginável caso amoroso... Seria improvável... Talvez impossível....

 

Capitulo II


Um Segredo de Amor

Quando a conheci.... Tudo era muito novo para mim... O amor ainda era uma novidade.... Eu deveria ter 21 anos de idade e ela 12 anos.... Éramos muito novos.... Eu nem tanto... Mas a minha mentalidade ainda era inocente e talvez muito pura... Talvez isto fez com que a gente namorasse por dois anos e meio... Um bom tempo para pessoas tão jovens da década de 50... Os chamados anos dourados... A juventude estava se descobrindo como jovens... A minha geração era um pouco rebelde, um pouco agressiva e um pouco inconsequente...

Um jovem cantava músicas atrevidas na rádio e ele dançava de forma provocante e sexual na televisão.... As meninas geralmente gritavam, dançavam, bebiam, fumavam e enlouqueciam com as suas letras e ritmo.... Alguns locutores chamavam aquilo de rock roll.... Os nossos pais a chamavam de músicas para o diabo....

Os homens usavam calças boca de sino, camisetas listradas e com abotoaduras.... Os sapatos de couro preto sempre estavam bem engraxados e reluzentes.... Também usávamos gel capilar e brilho labial.... Os cabelos estavam sempre bem penteados, molhados e com um volume projetado para frente da testa....

As mulheres usavam saias longas e rodadas, sapatos de saltos autos, sutiãs as amostras, cabelos sempre encaracolados, perfumados e cortados em franjas curtas até a testa... O habito de sair à noite, beber e fumar nos bailes também se tornou algo muito comum e cultural... E o mesmo foi projetado no uso das lambretas, jaquetas pretas e banhos em lagos...

O povoado de Areia Branca onde morávamos era uma típica vila pequena do interior do Estado do Maranhão localizada na cidade de Cururupu, nosso povoado nos lembrava muito bem os outros vilarejos menores e peculiares existentes na cidade de pinheiro dos anos trinta...

A maioria dos meus amigos viveu a vida adulta na cidade de São Luís, mas a boa infância e adolescência foi muito bem vivida no vilarejo do Jacaré, Areia Branca e Estiva... Lindos povoados localizado na zona rural de Cururupu... O tempo não fazia questão de andar naquele lugar, o fato de estamos parados na temporalidade da vida moderna, não era uma questão de atraso em relação as outras cidades e povoados, pelo contrário, todos as pessoas gostavam desse clima bucólico, natural, selvagem e nostálgico...

E para muitos moradores da cidade de Cururupu o bom mesmo era que os pequenos povoados permanecessem distantes, inertes, insolados, intactos, seguros e com a velha calmaria campestre que sempre ocupou e conservou a vida das pessoas destes lugar.... É claro que o rádio teve um impacto tremendo na vida das pessoas de muitos povoados, a música frenética de Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Chuck Berry movimentava e contagiava os grupos de jovens que se reunião nas praças e na igreja de São Clara...

Todas os jovens da cidade simplesmente adoravam aquelas músicas.... Elvis Presley foi visto pela televisão pela primeira vez na fazenda de seu Adelino Ferreira de Silva, um rico fazendeiro e de todas as terras da região... A única pessoa que tinha uma televisão no cidade de Cururupu... A televisão bem como o rádio eram artigos de luxo... Aparelhos domésticos caros e de acesso privilegiado... Mas o seu Adelino era uma pessoa do povo... E sempre abria a sua casa para ver o musico canta... A sua casa estavam sempre cheia de jovens e alguns adultos de sua idade... As vezes à musica empolgante do canto fazia o velho compartilha a sua tão prestigiada cachaça de engenho... Um outro artigo de luxo somente prestigiada pela alta sociedade Ludovisense da cidade de São Luís...

É claro que isto não acontecia com frequência... Mas quando ocorria, uma boa distribuir cachaça ajudava a ouvir as velhas histórias do velho português... Contos antigos que sempre relatavam as mesmas estórias... Algumas não tão boas assim para se ouvir... Como as trágicas contribuições do trabalho escravo para a sua fazenda... Algo que não era muito apreciado pelos anciões e jovens do vilarejo... Os carros de bois que atravessavam os inúmeros povoados pela manhã, carregados de cana de açúcar, puxados por negros e não pelos animais da fazenda, era uma das cenas mais tristes que ilustrava um frio capitulo vil da história da cidade...

O trabalho escravo ainda era uma pratica horrível nas décadas de 20, 30, 40, 50 e 60 da cidade... E eram estes serviços que ajudavam no desenvolvimento econômico, social, político e até pré-industrial do Maranhão.... Infelizmente eram estes os tipos afazeres que movimentava as grandes metrópoles da maioria das capitais do brasil, uma pratica vergonhosa e desprezível que começou com o brasil colônia no início de 1530 e que ainda nos dias de hoje possuem adeptos e defensores...

A modernidade ainda não havia chegado no eixo Mirinzal-Cururupu, um fato que deixava a pequena cidade de Cururupu ainda mais singela, campineira, bela e hospitaleira... Mas por outro lado era fácil observar os seus campos uniformes, sua vegetação biforme, seus bosques ralos, seus palmeirais descontínuos, suas capoeiras interrompidas e o seu vasto conglomerados de rios volumosos e tripartidos...

Um bioma rico em diversidade e belezas naturais... A sua fauna e a flora eram algo único da região nordeste.... Os seus encantamentos biológicos encantavam os olhos destreinados dos poucos visitantes que chegavam ao povoado e com tantas perfeições correspondentes ao ambiente, muitos comparavam esta região campestre com um pedaço do paraíso na terra....

Os povoados da cidade de Cururupu eram sim vilarejos com ambientes naturais paradisíacos que chamava muito a atenção de outras localidades adjacentes ao eixo Mirizal-Cururupu... Mas alguns visitantes da cidade São Luís sempre falavam muito de um outro povoado da cidade de Cururupu que tinha o melhor boi de costa de mão do interior... O vilarejo era vizinho ao povoado de Milagres, a doce e bucólica Areia Branca... Tratava-se de um vilarejo pequeno que repousava próximo ao outro povoado muito bonito... O vilarejo de Estiva.

Um outro fato que chamava a atenção dos visitantes estava presente na entrada do vilarejo de Areia Branca, aqui podia se ver inúmeras casas de pau a pique, casas de barro queimado, casas de taipa, casas feitas de madeira de mangue e algumas outras, bem poucas, uma dezena delas construídas de alvenaria, as suas ruelas, vielas e esquinas estreitas, eram pavimentadas com uma areia fina e muito branca, algumas poucas ruas e calçamentos tinham paralelepípedos e as suas ínfimas e tímidas praças muito compridas, terminavam por embelezava o restante do vilarejo... Um capricho feitos pelos próprios moradores que deixavam a cidadezinha ainda mais charmosa e lascívia....

...Em Processo de Construção Poética...


Rusgat Niccus

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